Feedbacks, pesquisas de satisfação e avaliação de competências são algumas das ferramentas usadas ao calcular o ROL, para medir o sucesso de programas de desenvolvimento.
É muito provável que você conheça, ou pelo menos já tenha ouvido falar, sobre Retorno sobre Investimento (ROI), que se concentra na relação entre o investimento financeiro e o lucro obtido em determinadas ações.
Seguindo a mesma linha, o Retorno sobre Aprendizado (ROL) busca avaliar o impacto e a eficácia dos programas de treinamento e desenvolvimento (T&D) dentro das organizações.
Tão importante quanto mensurar a taxa de lucro, essa métrica foca nos benefícios qualitativos e quantitativos do aprendizado. Isso inclui melhorias em habilidades, conhecimento, produtividade e capacidade de inovação dos colaboradores.
Nos últimos anos, a importância do Return on Learning (significado da sigla, em inglês), tem crescido significativamente à medida que as empresas reconhecem a necessidade de investir no desenvolvimento de seus colaboradores para se manterem competitivas.
Um estudo da ABTD – Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento – mostrou que o investimento médio em T&D no Brasil aumentou em 34%, em 2022.
Esse aumento reflete a conscientização das empresas sobre a necessidade de preparar seus funcionários para enfrentar desafios crescentes e aproveitar novas oportunidades.
Para entender melhor o conceito, é importante diferenciar os tipos de retornos que essa métrica pode incluir.
Há aqueles tangíveis, como aumentos de produtividade e redução de erros, e os intangíveis, como maior engajamento dos funcionários e melhor clima organizacional.
Avaliar esses aspectos é importante para que as empresas possam tomar decisões mais assertivas sobre onde e como alocar recursos de treinamento.
O que é ROL?
ROL (Retorno sobre Aprendizado) é um indicador que mensura o retorno financeiro obtido pelo conhecimento adquirido sobre clientes, concorrentes e mercado.
Esse conhecimento é composto de dados brutos, como pesquisas de satisfação (internas ou externas), cadastros, estudos de mercado e perfil de concorrentes, que os colaboradores podem aproveitar para definir seus próximos passos.
O ROL está ganhando destaque na gestão de empresas porque permite manter uma cultura de aprendizado, além de capacitar os colaboradores a extrair insights que corroboram com a tomada de decisões em diferentes frentes.
A partir do conhecimento adquirido, é possível planejar ações com mais direcionamento, antecipar tendências e ajustar estratégias que conferem vantagem competitiva às organizações.
Importância do ROL no ambiente corporativo
No atual cenário, caracterizado por rápidas mudanças tecnológicas e dinâmicas de mercado voláteis, o aprendizado contínuo se tornou um diferencial competitivo.
Empresas que investem na educação corporativa conseguem se adaptar mais rapidamente às mudanças, inovar em seus processos e produtos e responder de forma ágil às demandas do mercado.
Nesse aspecto, a análise de dados oferece uma visão clara de como o aprendizado contribui para a sustentabilidade e o crescimento da empresa, quantificando os impactos desses investimentos.
De acordo com um estudo da BCG (Boston Consulting Group), empresas que adotam KPIs aprimorados por IA chegam a aumentar a eficiência operacional em 20%. Conseguem, ainda, melhorar a satisfação do cliente em até 15%.
Além de identificar melhorias no desempenho e na produtividade dos colaboradores, essa metodologia ajuda a alinhar os esforços de T&D com os objetivos estratégicos da organização.
Mas não é só. Além de compreender como os treinamentos impactam em demandas, processos e tomadas de decisão a longo prazo, o ROL serve para medir se a própria empresa gera insights relevantes sobre os clientes e o mercado de atuação.
Isso garante que as iniciativas de desenvolvimento contribuam diretamente para metas como aumento de produtividade, melhoria na satisfação do cliente e expansão de mercado.
Leia mais: Conheça os tipos e as etapas do T&D e a importância da estratégia para as organizações.
Como mensurar o ROL na organização?
Na prática, o cálculo do ROL segue a mesma lógica do Retorno sobre Investimento (ROI).
Imagine uma empresa de tecnologia que decide investir em um programa de treinamento para seus desenvolvedores. O objetivo é melhorar suas habilidades em programação em uma linguagem específica, como Python.
Para calcular o ROL, primeiro a empresa deve somar todos os custos do treinamento, incluindo inscrições, materiais e tempo dedicado.
Os benefícios tangíveis diretos, como aumento de produtividade, redução de erros e eficiência no desenvolvimento também são quantificados. Assim como os benefícios financeiros diretos, por exemplo aumento da receita e a redução de custos operacionais.
O ROL, então, é calculado como uma relação entre os benefícios e os custos do treinamento.
Se for positivo, indica que os benefícios superam os custos, validando o investimento como uma decisão financeiramente vantajosa.
A fórmula para calcular o ROL é:
ROL = (benefícios tangíveis diretos + benefícios financeiros diretos – custos do treinamento) x 100%
Essa, no entanto, é apenas uma das abordagens. Há ainda metodologias para medir o Retorno sobre Aprendizado de forma qualitativa.
A escolha da que for mais adequada dependerá dos objetivos, dos recursos disponíveis e do contexto em que os programas de aprendizado estão sendo implementados.
Conheça algumas das abordagens possíveis a seguir.
Avaliação de competências e habilidades
Uma maneira de medir o ROL é avaliar as competências e habilidades adquiridas pelos colaboradores após participarem de programas de T&D.
Isso é possível por meio de testes de conhecimento, avaliações de desempenho, feedback de supervisores e autoavaliações.
Ao comparar as habilidades antes e depois do treinamento, as empresas podem determinar o impacto direto do aprendizado no desenvolvimento profissional de seus colaboradores.
Análise de desempenho
Outro método é realizar uma análise comparativa do desempenho dos colaboradores antes e após o treinamento.
Isso envolve a comparação de indicadores-chave de desempenho (KPIs), como produtividade, qualidade do trabalho, tempo de resposta ao cliente e taxa de erro.
Ao observar melhorias mensuráveis, as empresas podem inferir o impacto positivo do aprendizado na eficiência operacional e nos resultados financeiros.
Feedback dos colaboradores e stakeholders
O feedback interno e externo também é uma fonte de informações importante sobre o impacto do treinamento.
Pesquisas de satisfação pós-treinamento, entrevistas individuais e grupos focais podem fornecer insights sobre a eficácia dos programas de T&D, as áreas de melhoria e as necessidades futuras de desenvolvimento.
Esse feedback qualitativo complementa as métricas quantitativas, oferecendo uma compreensão mais abrangente do ROL.
Leia também: Análise de dados qualitativa: uma abordagem para compreender informações subjetivas.
Uso de ferramentas e métricas específicas
Existem diversas metodologias projetadas para medir o impacto do aprendizado de maneira mais precisa e detalhada.
Exemplos incluem o Net Promoter Score (NPS) para avaliar a satisfação do cliente e o Return on Expectations (ROE) para medir o alinhamento dos resultados do treinamento com as expectativas organizacionais.
Modelo de avaliação Kirkpatrick
Criado por Donald Kirkpatrick na década de 1950, essa é uma metodologia composta por quatro níveis de avaliação. Eles medem diferentes aspectos do treinamento, desde a reação inicial dos participantes até os resultados no desempenho organizacional.
Os quatro níveis do modelo Kirkpatrick são:
Nível 1: Reação – Envolve a coleta de feedback sobre a satisfação dos participantes com o conteúdo, os instrutores, o ambiente e outros aspectos. Ferramentas comuns incluem questionários e pesquisas de satisfação.
Nível 2: Aprendizagem – Mede-se a aquisição de conhecimentos, habilidades ou atitudes específicas que o treinamento pretendia transmitir. Isso pode ser feito através de testes, avaliações práticas ou exames antes e depois do treinamento.
Nível 3: Comportamento – Verifica-se se os participantes estão usando as novas habilidades ou novos conhecimentos no desempenho de suas funções. A coleta de dados pode incluir observações no local de trabalho, entrevistas com supervisores e autoavaliações dos participantes.
Nível 4: Resultados – Diz respeito a como o treinamento contribuiu para a melhoria de indicadores-chave de desempenho.
Monitoramento de indicadores de negócios
Por fim, é essencial monitorar indicadores relevantes de negócios para avaliar o impacto do aprendizado nos resultados da organização.
Isso pode incluir métricas financeiras, como receita, lucro e Retorno sobre o Investimento. Além disso, indicadores operacionais, como tempo de ciclo, taxa de retenção de clientes e participação de mercado.
Ao empregar uma combinação desses métodos, as empresas conseguem obter uma visão mais completa e precisa do retorno sobre seus investimentos em treinamento e desenvolvimento.
Essa compreensão aprofundada permite tomar decisões melhores sobre alocação de recursos, identificação de áreas de melhoria e otimização contínua dos programas de aprendizado para impulsionar o sucesso organizacional.
Integrar o Retorno sobre Aprendizado (ROL) com as estratégias de T&D é essencial para garantir que os programas de aprendizado atendam às necessidades dos colaboradores e que contribuam diretamente para os objetivos estratégicos da organização.
Aqui estão cinco abordagens para alinhar os objetivos de treinamento com os resultados esperados.
1. Definição clara de objetivos
O primeiro passo é definir claramente os objetivos do programa de T&D.
Isso envolve identificar as competências específicas que sua empresa precisa desenvolver e os resultados de negócios que o treinamento deve impactar.
2. Análise de necessidades de treinamento
Realizar uma análise abrangente das necessidades de treinamento é crucial.
Isso inclui avaliar as lacunas de competências existentes, analisar as demandas do mercado e considerar as metas estratégicas da organização.
A análise de necessidades ajuda a priorizar as áreas de treinamento que terão maior impacto no desempenho organizacional.
3. Conteúdo relevante
Deve-se desenvolver o conteúdo do treinamento com base nas necessidades identificadas e alinhado com os objetivos de negócios.
Na Niteo Learning, garantimos o perfeito alinhamento ao contexto organizacional do cliente ao customizar o conteúdo programático de nossos treinamentos corporativos em tecnologias ágeis.
Essa metodologia permite um aprendizado imersivo com alto impacto na absorção de conhecimento da tecnologia pelas equipes de trabalho.
4. Envolvimento das partes interessadas
É importante também envolver as partes interessadas, como líderes de departamento, gerentes e colaboradores, no processo de desenvolvimento e implementação do treinamento.
Essa aproximação garante que o programa seja relevante e bem aceito, além de facilitar a obtenção de feedback contínuo.
5. Estabelecimento de indicadores de desempenho
Definir indicadores-chave de desempenho (KPIs) para medir o impacto do treinamento é uma etapa essencial.
Tais indicadores devem estar alinhados aos objetivos de negócios e incluir métricas quantitativas e qualitativas que reflitam o desempenho dos colaboradores e os resultados que você espera obter.
Leia mais: Indicadores de RH: defina e mensure os mais estratégicos.
Medir e maximizar o Retorno sobre Aprendizado (ROL) é uma prática que deve ser incorporada na estratégia de Treinamento e Desenvolvimento (T&D) de qualquer organização.
No atual ambiente corporativo, caracterizado por mudanças rápidas e competitividade intensa, o aprendizado contínuo passa a ser um diferencial estratégico.
É um exercício que ajuda a impulsionar a inovação, melhorar a produtividade e garantir a sustentabilidade a longo prazo.
Ao integrar o ROL com as estratégias de T&D, as empresas não só garantem a eficácia de seus programas de treinamento, como asseguram que esses investimentos estão alinhados com os objetivos da organização.
Mais do que isso, a avaliação contínua permite identificar áreas de melhoria, ajustar os programas conforme necessário e demonstrar o valor tangível do aprendizado para todos os stakeholders.
Descubra como escolher a abordagem certa de educação corporativa pode beneficiar sua organização: Treinamento Corporativo: 10 Motivos para Contratar.