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Entenda o que é People Analytics e por que toda empresa deve mensurar dados de colaboradores

O People Analytics visa entender o comportamento dos funcionários, níveis de satisfação com o trabalho, assim como as necessidades de contratação da empresa. Entenda como funciona.

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A análise de pessoas orientada a dados eleva o nível do RH e das lideranças, que passam a tomar decisões mais inteligentes com insights ao redor da motivação e performance humana.

Pessoas não são números. Muito pelo contrário, colaboradores são sim, insubstituíveis.

Cada ser humano é único não apenas em seu conjunto de conhecimentos e habilidades, mas também, em seu perfil de comportamento que fará mais sentido em uma ou outra cultura empresarial.

Exatamente por esse motivo, todos sabem o prejuízo ao perder um talento que já se adaptou bem ao negócio e apresenta alta performance no time.

Essa realidade é ainda mais desafiadora em um cenário de mão-de-obra qualificada escassa, onde algumas marcas literalmente disputam profissionais, especialmente aqueles de áreas como tecnologia.

Os desafios ao redor da insatisfação generalizada de profissionais estão ganhando nome. Entre os mais recentes está a Grande Reorganização, ou The Great Reshuffle, outrora chamada de A Grande Resignação, ou Grande Demissão.

Esse fenômeno mundial tem afetado organizações globais desde meados de 2021. Os colaboradores, especialmente os mais jovens, começaram a pedir demissão em massa em busca de outras oportunidades mais atrativas.

Ao contrário do que se pensava no início, a maioria não desistiu ou tornou-se ociosa, mas sim, mudou de emprego.

Por que as empresas falham em atrair e reter colaboradores?

Um tanto menos óbvio é o reconhecimento das etapas em que essas empresas realmente falharam. Ao olhar para o relatório “Tendências Globais de Talentos 2022” produzido pelo LinkedIn, podemos ter alguns insights.

Os candidatos buscam duas prioridades antes de aceitar uma vaga. Em primeiro lugar, está o equilíbrio entre sua vida profissional e pessoal. Em segundo lugar estão a remuneração e os benefícios, como oportunidades de upskilling – aprendizado de novas habilidades – e planos de carreira.

A falha das organizações, portanto, está em não compreender ou não ter uma leitura assertiva sobre o momento e a jornada dos trabalhadores.

Afinal, pessoas são complexas demais para serem analisadas. Será? Não é isso o que revelam as tendências de métodos como o de Análise de Pessoas, também popularizado como People Analytics.

Na prática, seres humanos podem sim ser mensurados, tanto por meio de dados quantitativos mais populares como as taxas de turnover ou rotatividade, quanto por meio de dados qualitativos, que comumente aparecem nas pesquisas de satisfação.

O grande diferencial está na aplicação de análises estratégicas completas ao longo de uma jornada dividida em diferentes fases e aspectos. Saiba mais do que se trata People Analytics e por que investir no modelo.

O que é People Analytics?

People Analytics, ou análise de pessoas, é uma metodologia para coletar, organizar e analisar dados de colaboradores e candidatos. O método envolve ferramentas específicas, além de uma base de Business Intelligence – inteligência de negócios – para nortear estratégias de talentos. O principal objetivo do método é trazer insights para os líderes e profissionais de RH tomarem as melhores decisões relacionadas ao seu capital humano.

Do lado dos profissionais de RH, essas técnicas apoiam finalidades diferentes. Entre elas:

  • otimizar os processos de recrutamento e seleção;
  • definir planos de carreira;
  • ajustar cargos e salários;
  • reter talentos;
  • alinhar a cultura da empresa;
  • monitorar taxas de absenteísmo;
  • e identificar oportunidades de T&D – treinamento e desenvolvimento de pessoas.

Já do lado de líderes e gestores, o People Analytics auxilia no acompanhamento mais próximo dos talentos dos times. Isto é:

  • identificar sentimentos e percepções dos funcionários;
  • monitorar performances individuais e coletivas;
  • conhecer o perfil das pessoas;
  • identificar os níveis de habilidades;
  • identificar oportunidades de upskilling e reskilling;
  • compreender a relação entre produtividade e sobrecarga de trabalho.   

Mesmo sendo tão importante, 83% das empresas ainda não usam técnicas avançadas de People Analytics. Isso é o que aponta o relatório “HR Predictions for 2022” produzido pela John Bersin Company, empresa global de pesquisa e consultoria.

Por outro lado, as organizações que já estão aplicando práticas mais aprofundadas de análise de pessoas tendem a desenvolver:

  • 4,3 vezes mais o sentimento de pertencimento na equipe.
  • 4,8 vezes mais chances de serem vistos como um ótimo lugar para se trabalhar.
  • 7,3 vezes mais engajamento e retenção de talentos.
  • 2,6 vezes mais oportunidades de exceder as metas financeiras.
  • 6,7 vezes melhor adaptação às mudanças.
  • 7,7 vezes mais inovação.

Isso significa mais vantagem competitiva para os negócios e maiores índices de confiança, tanto interna quanto externamente.

Os 7 pilares do People Analytics

Os métodos de People Analytics tem base em 7 pilares principais. Eles são organizados ao redor do ciclo de vida dos funcionários, que precisa ser gerenciado de perto.

Os 7 pilares são:

  • Planejamento organizacional da força de trabalho.
  • Talent Acquisiton, que envolve recrutamento e seleção, e análises das fontes de atração de talentos.
  • Onboarding e engajamento de novos funcionários.
  • Gestão de pessoas, incluindo acompanhamento de performances e desenvolvimento profissional.
  • Saúde, segurança e bem-estar dos colaboradores.
  • Employee Lifetime Value, ou Valor do Tempo de Vida do Funcionário.
  • Retenção de talentos.

Estas são áreas amplas, que se ramificam em todos os outros pontos de análise de pessoas.

Business Intelligence e RH: combinação perfeita para atrair, engajar e reter talentos

Business Intelligence é uma abordagem que combina três elementos. O primeiro são os grandes volumes de dados, o famoso Big Data.

O segundo é a análise empresarial para levantar todas as informações positivas e negativas relacionadas a processos.

O terceiro são as pessoas, o pilar principal para modelar os dados, estabelecer os objetivos e colocar tudo para funcionar.

O Business Intelligence no RH 4.0 é essencial para transformar dados em insights acionáveis. A visão ampla sobre os processos e pontos de melhorias, os objetivos estabelecidos e os dados certos, são as ferramentas necessárias para melhorar o local de trabalho em todos os aspectos.

Tudo isso ainda pode ser estruturado e visualizado de maneira bastante intuitiva em tecnologias robustas, como o Power BI.

Unindo Business Intelligence e People Analytics, os profissionais de RH também conseguem promover um ambiente acolhedor, diverso e igualitário.

Com análises de dados e ferramentas como inteligência artificial, é possível priorizar a equidade de salários e carreira, independente do gênero ou da etnia das pessoas.

Além disso, através dos padrões, dá para saber se os dados estão enviesados de forma que afete um grupo específico da empresa.

Assim, todos podem encontrar caminhos para contratar, incluir e capacitar pessoas de qualquer perfil demográfico.

O resultado é a junção de diferentes expertises e experiências para alavancar o crescimento das empresas.

Leia também: Power BI para o RH: 3 motivos para investir nessa combinação.

7 etapas para implementar o People Analytics

O People Analytics precisa atingir todas as áreas da sua empresa. Isso não é um trabalho realizado do dia para a noite.

No entanto, é importante que todos os colaboradores tenham o acompanhamento contínuo de gestores durante todo o seu ciclo de vida no negócio.

Então, se você não sabe por onde começar, acompanhe nossas dicas sobre 7 etapas que você vai percorrer neste caminho.

1.      Identifique seus maiores problemas

Quais são as dores da sua empresa? Baixa produtividade, taxas altas de absenteísmo, funcionários desmotivados, gestão não humanizada, falta de capacitação profissional, dificuldades para encontrar o talento ideal para uma vaga.

Enfim, reconhecer os problemas que sua organização enfrenta envolvendo as pessoas é o primeiro passo para começar seu planejamento de People Analytics.

2.      Defina seus objetivos

O maior erro no momento de definir seus objetivos é querer abraçar o mundo. Nem todos os problemas identificados serão solucionados de uma só vez.

É importante lembrar-se disso para não perder o entusiasmo e desistir da análise de pessoas no meio do caminho. Crie um método para classificar seus problemas, e conecte seus objetivos aos desafios prioritários.

3.      Colete os dados

Todas as fontes de dados que sua empresa possui serão bem-vindas nesta etapa. Sejam planilhas de vendas, dados de gerenciadores de tarefas, de atendimento ao cliente ou qualquer outra informação relacionada aos seus objetivos.

Se você precisa diminuir o absenteísmo, por exemplo, algumas opções são:

  • Levantar o histórico de doenças ocupacionais identificadas na sua empresa.
  • Sondar os problemas no trajeto para o trabalho relatados por seus funcionários.
  • Coletar informações a cerca da satisfação dos trabalhadores através de pesquisas de clima.

No entanto, tenha cuidado para não pecar pelo excesso. Mais importante do que reunir centenas de dados na análise de pessoas é a qualidade dessas informações. Afinal, perder a credibilidade das análises ou dificultar as coisas não é uma opção.

Leia também: Data & Analytics: faça sua empresa prosperar analisando dados.

4.      Defina Métricas e Indicadores

Estipular métricas e indicadores – ou KPI’s – de People Analytics vai ajudar a organizar os dados que você coletou. Seguindo o exemplo anterior, a taxa de absenteísmo é o seu indicador, ou seja, aquilo que precisa ser calculado e geralmente é apresentado em percentual.

As métricas, portanto, são os dados brutos que você precisa coletar para chegar ao resultado deste indicador. Neste caso, pode ser o tempo médio que os colaboradores levam para chegar ao trabalho ou a média de afastamentos por doenças.

Com estes dados você pode pensar em medidas preventivas para melhorar o indicador.

Conheça alguns dos principais KPIs da área que você não pode deixar de mensurar: Indicadores de RH: defina e mensure os mais estratégicos.

5.      Manipule os dados livremente

Ao estabelecer os passos anteriores, é hora de interpretar seus dados. Para isso, não tenha medo de cruzá-los ou modelar seus dados de várias maneiras para encontrar correlações.

Ou seja, procure encontrar padrões ou variáveis que podem influenciar não só um, mas vários resultados. É neste momento que você terá uma visão holística sobre o que está afetando o desempenho e a felicidade dos seus colaboradores.

Pelo ponto de vista do absenteísmo, você pode identificar uma causa comum para as faltas e atrasos.

Por exemplo, um trajeto difícil para funcionários que moram em determinada região. Uma alternativa, portanto, seria adotar o modelo de trabalho híbrido. Assim, os próprios profissionais podem escolher os melhores dias para trabalhar presencialmente no escritório.

Conheça uma das ferramentas mais completas de Business Intelligence e análise de dados: Power BI: Como adotar uma cultura de dados na prática.

6.      Antecipe os problemas ao prever o futuro

Com algumas técnicas de Data Analytics – ou análises de dados – você consegue calcular probabilidades de algo acontecer.

Isso porque os dados do passado podem trazer insights significativos, como padrões que se repetem de tempos em tempos, por exemplo.

Sendo assim, você projeta cenários futuros e planeja ações para evitá-los ou passar por eles com o mínimo impacto.

Por exemplo, com a análise de pessoas você pode identificar que seus funcionários adoecem mais nas épocas de gripe, você pode prever o período do ano que o vírus costuma estar mais ativo.

Assim, uma iniciativa pode ser promover um mutirão de vacinação, antes que os trabalhadores sejam infectados.

Leia também: Business Analytics: como usar dados para prever o futuro.

7.      Apresente seu plano estratégico com DataStorytelling

Ninguém merece aquelas apresentações chatas, que ninguém presta atenção ou consegue entender. E quando você trabalha com dados, fatalmente vai gerar gráficos e apresentar informações complexas.

Pensando nisso, você pode deixar suas plannings e reuniões de apresentação de resultados de People Analytics mais dinâmicas, atrativas e encantadoras com DataStorytelling.

DataStorytelling é a técnica de construir e contar as histórias através dos dados. Isto é, você cria um arco narrativo sobre o contexto dos seus gráficos a fim de envolver seus espectadores e facilitar o entendimento das análises.

Existem alguns livros que abordam o passo a passo deste processo de maneira aprofundada. O mais popular chama-se “Storytelling com dados”, da autora Cole Nussbaumer Knaflic, publicado pela editora Alta Books.

Para contar essas histórias, então, você usa técnicas para prender a atenção do público, desenvolvendo uma narrativa coerente.

Entre esses métodos estão a escolha do melhor visual para os seus dashboards e evidenciar as ideias mais importantes dos seus gráficos.

Ao final, todos terão compreendido o significado dos dados, seus objetivos, o que fazer para alcançá-los, e de quebra, vão memorizar sua apresentação para sempre.

Com um dashboard personalizado e dinâmico você também pode contar as histórias dos seus dados. Conheça nossa Fábrica de Dashboards, com visuais atraentes e adaptados aos seus objetivos.

Estudo de caso: Microsoft e a cultura de dados no RH

A Microsoft é uma das gigantes da tecnologia há quase 50 anos. Com mais de 170 escritórios pelo mundo e mais de 160 mil funcionários, priorizar o bem-estar de todos é parte essencial da sua cultura.

Com a chegada da pandemia, a Microsoft se viu em um dilema. Mesmo liberando os funcionários para o trabalho remoto e híbrido, a empresa teve uma queda de 13 pontos percentuais no índice de satisfação interna.

Os colaboradores sentiram o peso da sobrecarga de trabalho, e relatavam não conseguir manter o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

Foi então que líderes e gestores perceberam que precisavam mudar este cenário. Por meses a fio, Down Klinghoffer, chefe de People Analytics da Microsoft, buscou nos dados as respostas para entender o que estava acontecendo.

Ela passou a analisar diferentes situações, até que descobriu três fatores que estavam contribuindo com o sentimento de desequilíbrio dos funcionários.

  • O primeiro, foi o excesso de colaboração. Down reuniu dados que comprovaram que quem passava mais tempo em reuniões, redigindo e-mails e conversando nos chats eram os mais propensos à sensação de estarem deixando de lado a vida pessoal.
  • O segundo fator foram as horas de foco ininterruptas. Parte dos funcionários não conseguiam ter períodos de concentração total para realizarem seu trabalho. Por isso, acabavam por prolongar seu expediente para finalizar as tarefas.
  • O terceiro e último fator foi a diminuição de dias de folga. Down percebeu que no início da pandemia houve uma queda de 83% nos registros de férias. Isso aumentava a percepção dos funcionários de que eles não conseguiam conciliar sua vida pessoal e profissional. Com isso, não podiam se desconectar do trabalho.

Uma luz no fim do túnel por meio de People Analytics

Ao reunir todos os dados e levantar essas bandeiras, veio então a luz no fim do túnel. As equipes da Microsoft encontraram as soluções para tirar a carga excessiva de trabalho das costas dos seus colaboradores.

Assim, começaram a implementar as novas iniciativas de bem-estar que focam em 4 pilares:

  • a priorização de tarefas;
  • a reavaliação das reuniões improdutivas;
  • o incentivo aos períodos de foco;
  • e o estímulo às férias e períodos de descanso entre as demandas.

A partir dessas ações os resultados começaram a aparecer. Os funcionários passaram a se concentrar no que é mais importante e estão realizando melhor o seu trabalho sem se esquecerem da vida particular.

Essas e outras atitudes relacionadas à experiência dos colaboradores fizeram a Microsoft bater um recorde histórico: 90% dos profissionais se sentem incluídos em seu trabalho e estão satisfeitos com suas equipes e lideranças.

Transforme profissionais em aliados fiéis do seu negócio

People Analytics é a metodologia ideal para atrair, engajar e reter colaboradores. Com um RH e todas as lideranças orientadas por dados, aumenta-se a transparência.

Por isso, podem responder com mais clareza a perguntas como: “O que eu preciso fazer para receber uma promoção?”, ou “Minha remuneração é justa para minhas demandas e habilidades?”.

Como resultado você ganha conversas mais francas com os funcionários e os faz compreender seu papel dentro da organização, criando o sentimento de pertencimento.

Outro benefício são os processos de contratação mais eficientes. Isso porque as análises de dados no RH combinadas com inteligência artificial ajudam a encontrar os candidatos com o perfil perfeito para cada vaga.

E, principalmente, é o meio de promover mais diversidade e inclusão, além de equidade nas condições de trabalho.

Em paralelo, você entende como reduzir os gastos com turnover e com processos ineficientes que falham por falta de motivação ou competências necessárias.

Garantir mais flexibilidade no trabalho, autonomia, confiança, proporcionar bem-estar e incentivar o desenvolvimento de carreira é o caminho para conquistar todas as gerações de trabalhadores.

Você pode fazer tudo isso e muito mais com o People Analytics, que faz parte de uma abordagem mais ampla para transformar a cultura da sua empresa: Employer Branding: como conquistar de vez os melhores talentos.

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